O Trabalho de um Professor de Dança Oriental

Hoje quero partilhar convosco o que engloba o trabalho de um professor de Dança Oriental (para além de dar aulas). Penso que o trabalho dos profissionais desta arte é, infelizmente, pouco valorizado e, por isso, gostava de vos dar a conhecer mais sobre ele:

Com a bailarina Aida Bogomolova após o seu workshop de Técnica, no Oriental Dance Weekend 2018.

1. O bailarino e professor de Dança do Ventre investe muito em formação. Esta é uma dança que tem pouca expressão no nosso país e é de origem árabe, por isso, para podermos crescer e evoluir temos que necessariamente viajar para outros países. Além disso, é uma dança com uma forte componente cultural e uma larga história (acredita-se que tenha surgido em 5000 A.C.), havendo muito conteúdo para saber e estudar. O profissional investe, assim, muito tempo e dinheiro na sua formação.

2. A Dança Árabe não é como outras modalidades em que existem vários cursos de ensino disponíveis com vários métodos certificados ou livros com o conteúdo de formador todo estruturado. Por essa razão, quem quiser ensinar terá de organizar o seu próprio curso e conteúdo, algo que é bastante trabalhoso.

3. Muitos professores de Dança Árabe oferecem oportunidades de atuação aos seus alunos, organizando espectáculos. Não sendo uma dança social ou ocidental, os alunos não poderão colocar facilmente em prática aquilo que aprendem em sala de aula, e dar essa oportunidade exige tempo e esforço.

4. O professor de Dança do Ventre dedica-se também muito à divulgação do seu trabalho. Infelizmente, não existe uma grande valorização ou procura por esta arte. Se não existir um trabalho por parte do profissional em divulgá-la e dignificá-la, não conseguirá angariar alunos. Se quiseres saber mais sobre este tema, lê o post 5 Ferramentas Indispensáveis para Construíres o Teu Negócio na Dança Oriental.

5. O Professor de Dança Oriental, como professor que é, faz um acompanhamento personalizado do seu aluno, ele ensina-o e desafia-o a superar-se e a evoluir. Criamos constantemente coreografias para os alunos, corrigimos e damos-lhes feedback, e ainda disponibilizamos material de estudo para que consigam aprender e progredir fora do tempo de aulas.

Workshop no festival Raqs Ireland 2019, em Limerick, onde leccionei o tema ‘Tarab: Emotional Interpretation’.

Por estas e mais razões, o trabalho de um professor de Dança Oriental vai muito mais além que as horas em sala de aula. Espero ter contribuído para que mais pessoas entendam o trabalho deste tipo de profissional, no qual me insiro, e, consequentemente, o valorizem mais.

Tinham noção de todo o trabalho que envolve ser professor de Dança Oriental? Partilhem comigo a vossa opinião aqui nos comentários!